Os genes das AFGPs
a genética da adaptação ao gelo
Palavras-chave:
AGFP, proteínas anticongelantes, convergência evolutiva, adaptação ao frioResumo
As glicoproteínas anticongelantes (AFGPs, do inglês Antifreeze Glycoproteins) são glicoproteínas produzidas por peixes polares que vivem em ambientes muito frios, como as águas do Ártico e da Antártida, onde as temperaturas chegam a -1,9 °C. Essas proteínas impedem que os tecidos e os líquidos dos peixes congelem, pois bloqueiam o crescimento de cristais de gelo dentro dos tecidos. Os genes que codificam as AFGPs surgiram de forma independente em dois grupos de peixes: nos Notothenioidei da Antártida, a partir de um gene ancestral relacionado à digestão, e nos Gadidae do Ártico, por um processo de origem gênica sem um gene ancestral óbvio. Essas moléculas são compostas por múltiplas repetições do tripeptídeo (Ala-Ala-Thr) e, após clivagem de uma poliproteína precursora em sítios específicos, originam diferentes variantes peptídicas com distintos tamanhos e níveis de atividade anticongelantes. Essenciais para a sobrevivência dos peixes polares, essas proteínas também têm grande potencial em áreas como a criopreservação de células e órgãos, conservação de alimentos e desenvolvimento de biomateriais.
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